“A falta de acessibilidade nos transportes públicos é um dos nossos maiores problemas. Não temos como sair de casa porque não existe, por exemplo, um sistema de táxis adaptados, e são poucos os ônibus que oferecem esse tipo de serviço. A maioria das pessoas com deficiência não tem transporte, por isso depende do transporte coletivo”, enfatiza a pedagoga e cadeirante Benômia Rebouças.
Uma das medidas que poderia amenizar os problemas enfrentados pelos deficientes seria a efetivação do Plano de Mobilidade Urbana de Mossoró (PMUM), sancionado pelo Poder Executivo municipal em 18 de novembro de 2011.
O Plano estabelece como um dos seus pontos primordiais a ampliação do sistema de ônibus da cidade, com a concessão de novas linhas a partir de critérios que priorizem a qualidade do serviço oferecido. “Muitas vezes as leis, mesmo após aprovadas, não saem do papel. Precisamos protestar nos movimentar para que medidas que beneficiem os portadores de deficiência sejam colocadas em prática”, diz a bióloga Renata Fernandes.
Benômia Rebouças disse que Mossoró ainda deixa muito a desejar no que se refere à mobilidade urbana para deficientes se comparada a outras cidades. “Em Natal existe uma frota de táxis adaptados, toda uma estrutura para nos atender, aqui não existe. Na capital também há um projeto, a nível municipal, chamado ‘Porta a Porta’, onde os deficientes agendam um serviço, como a ida ao médico, por exemplo, e o veículo vai buscar a pessoa em casa e a deixa na clínica, depois a leva de volta pra casa. Aqui em Mossoró não há investimento nesse sentido”, revela.
Outra dificuldade constatada pelos deficientes físicos é o desnivelamento das calçadas, principalmente às do centro da cidade. Segundo Benômia Rebouças, transitar pelo espaço requer muito cuidado e atenção.
“Em dias de grandes fluxos a gente sequer consegue ficar em cima das calçadas, temos que descer para a pista. É uma dificuldade grande. Os veículos não respeitam as rampas de acesso, falta conscientização da própria população e dos comerciantes que colocam seus produtos à venda nas calçadas”, frisa.
O problema também é relatado pela cadeirante Renata Fernandes. Para ela, caminhar no centro da cidade, além de cansativo, é doloroso. “São muitos os buracos nas ruas, que ainda são desniveladas. Quando vou ao centro, chego em casa muito cansada e dolorida”, conclui.
Com informações: O Mossoroense