Transporte de passageiros em novas ferrovias pode ser opção para operadores

Parte dos 10 mil quilômetros de ferrovias que serão construídas nos próximos anos poderá ser utilizada para transportar passageiros. Para o diretor da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, o novo modelo de concessão apresentado pelo governo poderá despertar o interesse dos operadores em fazer o transporte de pessoas.

“É interessante para aqueles que quiserem investir. Nosso objeto de concessão é carga, mas com as linhas novas, o transporte ferroviário de passageiros será uma questão natural, em virtude da tecnologia empregada na construção, manutenção e operação dessa malha”, disse Vilaça à Agência Brasil.

Segundo ele, a nova tecnologia que será utilizada, com centros de controle, equipamentos e softwares específicos, vai permitir que os trens circulem em uma velocidade maior com segurança. Enquanto os trens de carga circulam em uma velocidade média de 80 quilômetros por hora (km/h), os trens de passageiros poderão chegar a 150 km/h, com o modelo de bitola larga que será adotado.

Na última quarta-feira (15), o governo federal anunciou que nos próximos anos devem ser investidos R$ 91 bilhões para a construção de 10 mil quilômetros de ferrovias. O modelo utilizado será o de parceria público-privada, na qual o governo concede à iniciativa privada, por meio de licitação, a construção da ferrovia, e depois compra a capacidade de operação. Em um segundo momento, o governo irá oferecer essa capacidade para usuários privados e operadores independentes.

No dia do lançamento, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que as novas ferrovias poderão servir para transportar passageiros, mas que isso vai depender da demanda e do interesse de empresas em oferecer o serviço.

Para Vilaça, o Programa de Investimentos em Logística, que também prevê a concessão de 7,5 mil quilômetros de rodovias, é um novo paradigma para a infraestrutura de transporte e logística do país. Ele chama a atenção, no entanto, para a necessidade de transparência na hora em que o governo for vender a capacidade de operação das novas linhas.

Fonte: Agência Brasil

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