Desde o dia 26 de julho que a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Semopi) começou a tapar os buracos da cidade. Já esteve nas ruas Rafael Fernandes (Passo da Pátria), João XXIII (Mãe Luiza), Travessa Manoel de Castro (Nova Cidade), Avenida Prudente de Morais (Lagoa Nova), Rua Coronel Glicério (Alecrim), Rua Padre Cícero (Cidade Nova) e Rua Pai Celestial (Felipe Camarão).
Mas ainda há muito por fazer. A titular da Semopi, Tereza Cristina Pires, elege as avenidas Jaguarari, Ruy Barbosa, Prudente de Morais, Alexandrino de Alencar, dos Ipês e Pinheirais como os pontos mais críticos.
A operação já começou na Prudente de Morais e também chegou à Rua João Alves Flor, no Parque das Colinas, Zona Sul de Natal. A Ayrton Senna, outro pivô de reclamações, não será contemplada nesta primeira etapa. A Prudente foi escolhida para iniciar o trabalho. “A avenida estava muito castigada por causa do trânsito. Mas também estamos em operação nas zonas Oeste e Norte, que como ficam um pouco afastadas do eixo de circulação, até mesmo da imprensa, acabam não sendo vistas”, ressalta.
“São obras de recuperação de vias de asfalto e paralelepípedo, que até o final do ano vão demandar recursos em torno de R$ 800 mil”, acrescenta. Os contratos contam com recursos próprios e incluem também serviços de recuperação e manutenção das vias. Dentro do serviço de manutenção, a prefeitura pretende solucionar os problemas de afundamento de grelhas e calhas e das tampas das bocas de lobo, que acabam provocando buracos nas ruas.
A reportagem do Novo Jornal percorreu algumas ruas da cidade e constatou a complicada situação das vias da cidade, uma verdadeira “tábua de pirulitos”. O próprio carro da reportagem “caiu” em vários buracos ao passar por bairros como Alecrim, Barro Vermelho, Lagoa Nova, Ribeira, Cidade Alta e Neópolis. Constatou, ainda, que a prefeitura tapou pelo menos cinco buracos na Rua Coronel Glicério, no Alecrim.
Vítimas da buraqueira: Os motoristas sofrem até chegar a seus destinos com os constantes buracos encontrados no caminho. A dor de cabeça é grande. Até congestionamentos se formam devido às crateras existentes na pista, como na Avenida São Miguel dos Caribes, em Neópolis.
Em frente à Escola Estadual Lourdes Guilherme, o buraco toma toda a via. Os condutores precisam diminuir bastante a velocidade para evitar comprometer os veículos. “Nos horários de pico, principalmente pela manhã, a gente vê congestionamento, porque como aqui é uma via de acesso para as principais avenidas da região, os carros diminuem e vão se acumulando”, disse a motorista e professora Rosaly Joraia, 50.
Segundo ela, funcionários da prefeitura até foram à São Miguel dos Caribes tapar alguns buracos, mas esqueceram o maior deles. “Eles vieram pra tapar os buracos ali na frente, mas esqueceram logo esse grande aqui”, reclamou.
Outra grande deformação na pista esquecida pela prefeitura está na Avenida dos Pinheirais, também em Neópolis. Em frente à oficina mecânica onde trabalha Marcondes Menezes, de 36 anos, um buraco causa vários transtornos aos motoristas e até a ele mesmo. “Quando chove, o buraco enche d’água e os carros acabam aqui na oficina”, lembra.
A visibilidade à noite também não é a das melhores e não é incomum os motoristas se surpreenderem com os solavancos repentinos causados pela deformação. Segundo o mecânico, a prefeitura foi ao local e a exemplo do que aconteceu na Avenida São Miguel dos Caribes, consertaram alguns e esqueceram o maior buraco. “Semana passada vieram e taparam uns buracos ali na frente, mas aí deixaram esse grande aqui em frente”, afirmou Marcondes.
Ele dá a opinião sobre como acabar com a situação esburacada a que Natal está no momento: “Precisamos cobrar do Poder Público, senão essa situação nunca vai mudar”.
No cruzamento das avenidas Prudente de Morais e Antônio Basílio, os motoristas que paravam no sinal eram só reclamação. O funcionário público Walfredo Imperial, 47, destacou que todas as principais vias da cidade estão esburacadas. “É enorme o problema dos buracos e em todas as ruas de Natal eles estão presentes. Principalmente nas principais ruas e avenidas da cidade. É um absurdo”, reclamou.
Quem também se queixa é a fisioterapeuta Priscila Rodrigues, de 21 anos. Ela já precisou levar seu carro até a oficina após passar por cima de um buraco. “É um descaso total. Pneu desgasta, amortecedor tem problema, e ainda pode causar acidentes quando tentamos desviar. Meu pneu mesmo já estourou quando passei por um buraco”, relatou.
Recursos federais só depois das eleições: Além dos R$ 800 mil de recursos próprios, a Prefeitura de Natal irá receber mais R$ 10 milhões do Ministério das Cidades para capeamento e recapeamento asfáltico. Serão R$ 11,5 milhões no total, sendo R$ 1,5 milhão de contrapartida do Executivo municipal. Segundo Tereza Cristina, os recursos só podem ser liberados com o fim das eleições. Quarenta e quatro vias serão recuperadas nas quatro regiões administrativas da cidade.
A Avenida Ayrton Senna não está sendo reparada agora porque será contemplada com os recursos federais. Apesar de a verba só ser liberada depois das eleições, a prefeitura dará início às obras ainda em setembro. “Esses recursos estão garantidos e serão liberados pela Caixa Econômica a partir do final de outubro. Já vamos iniciar as obras em setembro devido à urgência e reclamação dos moradores”, explica.
As obras irão contemplar, principalmente, as vias que comportam passagem de transporte coletivo. A promessa é recuperar todos os corredores de ônibus nas quatro regiões da cidade. “Precisamos melhorar o deslocamento das pessoas e dos carros”, acrescenta a secretária.
As 44 vias foram escolhidas em atendimento às reivindicações dos moradores dos bairros, usuários de sistema de transporte coletivo e segundo a própria necessidade de atuar de imediato diagnosticada pela prefeitura. Iniciadas as obras em setembro, a previsão é concluir em até 90 dias. Até o final do ano, a promessa é de recuperar todas as áreas castigadas pelos buracos.
A secretaria frisa que a recuperação e manutenção preventiva da malha viária de Natal constituem uma rotina da Semopi, atendendo, principalmente, às demandas da população. “O período de chuvas comprometeu um pouco as ações em tapa-buracos, porém já foram retomadas”, diz.
Fonte: Novo Jornal