Editorial UNIBUS RN: Violência vigiada por câmeras

Não é de hoje, caro leitor, que o UNIBUS RN vem falando das inúmeras ações para se combater os assaltos a ônibus na região metropolitana de Natal. Tal situação, que em contexto normal já é alarmante, está em níveis insustentáveis. Tal situação chega ao cúmulo de os rodoviários terem de se proteger até mesmo de mordidas de um assaltante que age na Zona Oeste.

Para esse combate, as empresas fazem sua parte. Com a implantação de câmeras nos ônibus da Conceição, todas as empresas que possuem linhas em Natal passam a vigiar eletronicamente, por meio de imagem e localização real (GPS), o que se passa nos veículos. Além disso, o tal “botão do pânico” também está em implantação em toda a frota.

Só que, mesmo assim, caro leitor, a notícia não é das melhores. Os meliantes não estão mais com medo de câmeras, GPS, microfone e tudo que se tenha direito para assaltar um ônibus. Um verdadeiro absurdo, que deixa refém da insegurança aquela pessoa que depende do ônibus para o seu deslocamento diário, seja para o trabalho, estudo ou qualquer outro compromisso.

Porém, mesmo assim, o discurso é bonito. Os assaltos a ônibus, de acordo com a Polícia Militar, estão sendo combatidos. Que tipo de combate é esse que faz com que, em sete meses, cerca de 160 casos – fora os roubos onde o motorista, por medo, não presta queixa na delegacia – fossem registrados? Somente barreiras policiais?

Tal tática já está manjada pela criminalidade. Pior: Os pontos já são tão conhecidos que os bandidos evitam transitar nos coletivos em determinados locais e horários já prevendo a ação policial.

O que deve ser feito pela força policial é muito mais do que se colocar barreiras nas ruas ou colocar botões nos ônibus. Um trabalho ostensivo, com rondas nos locais mais visados, homens fardados ou não dentro dos coletivos, repressão ao tráfico de drogas e apreensão de armas, por exemplo, já ajuda a diminuir – quem sabe até zerar – o número de assaltos aos veículos de transporte coletivo.

E, claro, todos nós – incluem-se passageiros e empresas – devemos fazer nossa parte também. Treinando mais os rodoviários para lidar com essa situação e preveni-los de tal acontecimento já ajuda. Os passageiros, evitando o uso de objetos que chamem o ladrão, também ajudam.

Porém, a melhor atitude tem de ser tomada pelo Estado, coibindo tamanha criminalidade, que influi, infelizmente, em uma das premissas básicas da Constituição: a garantia do direito de ir e vir, com segurança.

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