Quem disse que estrangeiro quando vem ao Brasil não prefere conhecer o país através da janela de um ônibus? No Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo, o guichê da Itapemirim recebe diariamente uma quantidade significativa de passageiros vindos de diversas partes do mundo. São pessoas que estão no país para passear, estudar, estagiar, fazer compras, participar de feiras e congressos, trabalhar e fechar negócios.Entre os vários personagens entrevistados para esta reportagem encontramos aqueles que, embora não concordassem em ser fotografados, declararam que a opção pela companhia foi baseada em indicações, no bom atendimento, na responsabilidade que a empresa imprime à atividade e, também, em razão das vantagens oferecidas pelo cartão fidelidade, que garante uma viagem gratuita ao cliente a cada 10 passagens compradas.
Segundo as bilheteiras da Itapemirim Maria Aparecida Cordeiro de Lima e Marize Matos José – chamadas de Cida e Marize pelos companheiros de trabalho – a maioria dos passageiros que chegam ao balcão da companhia é formada por aqueles que desejam comprar a passagem e embarcar imediatamente.
Mas há exceções, como as pessoas que fazem a solicitação pela manhã para viajar à tarde, porque querem fazer compras ou almoçar em São Paulo, as que compram pela Internet e aquelas que se utilizam do benefício do cartão fidelidade. “Os dias com maior movimentação, inclusive de estrangeiros, são as vésperas dos feriados. A rodoviária fica tão cheia que mal dá pra gente se mexer. Chegamos a colocar carros extras, mas, mesmo assim, às vezes pensamos que não vamos dar conta. O que eles mais perguntam – além do horário de partida, claro – é se o ônibus vai direto ou faz paradas, e se tem ar condicionado”, relatam.
Há sete anos o motorista Valmir Silva de Melo trocou a boleia das carretas frigorificadas pela cabine dos ônibus da Itapemirim – o que a seu ver foi um bom negócio. Ele conta que durante esses anos de trabalho na direção dos carros da empresa viveu muitas experiências gratificantes. Uma das histórias que mais o marcou foi a de uma moça levada pelo pai para Recife/PE ainda pequena, e que passou mais de 30 anos sem ver a mãe.
Quando viajou no ônibus dirigido por Valmir ela estava indo justamente para o Rio de Janeiro, para reencontrar a mãe. Até hoje ele se emociona ao relatar o fato, e chora.“Foi muito gratificante saber que, de alguma forma, eu estava ajudando a realizar um sonho, contribuindo para aquele final feliz. E como essa história, há muitas outras, inclusive, com estrangeiros, que sempre elogiam o nosso país e o nosso povo. Isso me deixa muito feliz. Ah, ao contrário do que se pensa, o turista estrangeiro gosta muito de viajar de ônibus, sobretudo para conhecer e apreciar nossa paisagem”, afirma.
“Comprar, curtir e ver as gatas”: Naturais de Angola, os amigos Melanston Santos e Inácio Pascoal – diretor administrativo hospitalar e técnico em telecomunicações, respectivamente – escolheram o Brasil para férias. “Temos familiares que moram aqui e eles nos indicaram a Itapemirim. A nossa expectativa é a de que seja uma viagem tranquila, e que consigamos conhecer o Rio de Janeiro, fazer compras e apreciar pessoalmente as ‘gatas’ que sempre vemos na TV. Optamos pelo Brasil porque nosso idioma é o mesmo e isso facilita a comunicação; também porque em nosso país há muitos brasileiros, e os africanos que já estiveram aqui nos deram boas recomendações”, comentam.
“Estou de volta pra casa”: Pela segunda vez no Brasil, Nicholas, estudante de medicina, veio da Inglaterra para fazer um estágio no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Comprou a passagem por causa do horário da partida. “Vou para o Rio de Janeiro para pegar o voo de volta para casa, por isso não posso me atrasar. Mas confio na companhia e acredito que a viagem será a mais rápida possível, que chegarei a tempo para o embarque”, fala, apressado, rumo à plataforma 25.
“Amo viajar”: O mecânico Orlando Galindo, originário do México, ama viajar. Aliás, conhecer diferentes culturas é um de seus hobbies. No Brasil, quer conhecer lugares bonitos e interessantes, como ver de perto as maravilhas e os pontos turísticos do Rio de Janeiro. “Viajar de ônibus é mais barato, claro! E, pelo que vejo, o transporte tem qualidade como em meu país, por isso acredito que a viagem será segura e proveitosa”, observa.
“Dormir e observar a paisagem”: O estudante inglês Chris Swallow, 22 anos, viaja muito. Em suas aventuras pelos albergues da juventude faz muitos amigos e são eles que dão as melhores dicas. Embora tenha programado ficar no Brasil apenas quatro dias, sua expectativa é de uma estadia agradável. Habituado a viajar de trem pela Inglaterra, espera ter no ônibus da Itapemirim uma viagem tranquila. “Porque à noite eu gosto de dormir e, durante o dia, quero observar a paisagem com calma”, explica.
Fonte: Viação Itapemirim




