As empresas de ônibus, que vêm perdendo espaço para as companhias aéreas na preferência do brasileiro, resolveram contra-atacar.
Leonardo perdeu o avião de Belo Horizonte para São Paulo e voou para a rodoviária. E não fez mau negócio. Por R$ 93 comprou, no cartão de crédito, uma passagem de ônibus. “Não atrasa, sai no horário, chega no horário. Não tem nenhum tipo de confusão”, conta.
E o passageiro nem precisa ir aos guichês para encontrar promoções e facilidade de pagamento. Pela internet, há várias ofertas: dá pra dividir em seis vezes e ter desconto de até 70%. “Para São Paulo por R$ 120. Geralmente é R$ 180. Dá para ir com descontinho”, diz.
Essa é a resposta que as empresas de ônibus estão dando ao movimento que levou muitos viajantes a migrarem das rodoviárias para os aeroportos. Tudo por causa das tarifas mais competitivas oferecidas pelas companhias aéreas. Em 2009, 132 milhões de passageiros viajaram de ônibus e 128 milhões de avião. No ano seguinte as companhias aéreas viraram o jogo. Em 2011, os ônibus transportaram 131 milhões de pessoas. Já os aviões decolaram para 179,9 milhões.
“Esse movimento é necessário para o setor e salutar ao passageiro. Quem realmente sai ganhando é o passageiro”, afirma Leize Silveira, especialista em regulação da ANTT.
As facilidades na compra de passagens são apenas o ponto de partida na disputa pelo cliente. A tentativa de seduzir cada vez mais o passageiro segue durante a viagem, com o serviço de bordo. As empresas estão oferecendo mordomias inspiradas nas companhias aéreas, como: manta para o frio, revista de bordo, kit lanche e até mesmo um filmezinho para o tempo passar mais rápido. “Está uma concorrência muito acirrada, e cada dia mais as empresas tão buscando novos valores para agregar ao serviço”, diz o gerente de filiar Carlos Magno.
A sala vip na rodoviária oferece TV e internet grátis para os clientes. Outra viação apostou no conforto do ônibus e os assentos estão mais largos. “Esse aqui é mais bacana, mesmo. Mais confortável”, afirma um passageiro.
Fonte: G1