Redijo este texto em um contexto muito mais político que qualquer outra coisa. Política é tudo, indiscutivelmente! No Brasil principalmente! E as ligações com o transporte são explícitas neste conúbio; Por exemplo: Foi à falta de ação política que levou a falência do transporte rodoviário do Rio Grande do Norte – falta de fiscalização, má administração, etc. E é uma atribuição política que fará com que tenhamos a primeira licitação de transporte público de Natal. Uma situação de descaso e outra de ajuste, ambas ligadas à política.
E é a questão política que é o verdadeiro nó (cego, diga-se de passagem) da possível licitação metropolitana em Natal. É explícita a sensação de fé que há na governadora do Rio Grande do norte, Rosalba, mesmo com o alto índice de desaprovação e algumas más ações de seu governo. A governadora, porém, tem tempo e disposição para resolver a crise, além do mais, ela própria já demonstrou avanços enquanto gestora de Mossoró – segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. Mas isso são questões políticas. O conflito é que essa fé se reverte também para o transporte – é um paradoxo, claro, até porque o sistema rodoviário continua em declínio, e até mesmo questões básicas como a linha P, do atual sistema metropolitano, está entravada. Mas mesmo com esse paradoxo, as maiores atribuições relativas ao transporte são de responsabilidade do Governo do Estado. Lembro-lhes (como se fosse possível esquecer): sediaremos uma copa. A mobilidade que se pede é metropolitana, não urbana. Muito mais que isso: Não podemos pensar mais só ao nível das cidades, individualmente. Tudo se dá ao nível metropolitano.
O estado tem o dever de acatar o ideal da região metropolitana. Natal não cresce mais sozinha, e não tem mais condições se quer de crescer ‘pra cima’. O inchaço recai sobre as áreas próximas. E isso é muito mais que questões de Políticas Públicas ou da própria Geografia, são necessidades do dia a dia da sociedade. Uma vez mais gente morando no entorno da capital, mais necessidade de locomoção. E cadê a estrutura? Uma licitação de ônibus – que automaticamente seria gerida a criação de um grande consórcio englobando todas as cidades que se estão às redondezas de Natal – é apenas uma das ações básicas que o governo tem de fazer para o mínimo desenvolvimento da Região Metropolitana de Natal. Há a fé no governo, como eu já relatei, mas falta o principal: as ações. No melhor – e talvez mais irônico – dos ditados populares, diz-se de que tudo é garantido após a rosa vermelhar. Voltamos à política, então! Os comentários são de que a ‘Rosa’ ainda não mostrou ao que veio. Já se foram dois anos de seu governo e até agora não se viu o RN avançar. Ela pede calma, diz que a situação está difícil! Aguardemos!
Uma coisa é fato: O governo está com a faca e queijo na mão para fazer com que haja o maior desenvolvimento da Região Metropolitana de Natal ao nível de mobilidade – obras, corredores, gestão de transportes (ônibus, opcionais, taxi, fretamento, etc.). Vamos ver se saberá comer esse queijo!
Thiago Martins