Esta semana a atenção voltou-se para os opcionais de Natal, após a informação da pretensão da SEMOB – Secretaria de Mobilidade Urbana – em reduzir significativamente a quantidade de linhas e veículos opcionais do sistema natalense. Certamente, muito mais que um bem e um direito dos permissionários, tais investidores não querem, de maneira alguma, perder a benesse estruturada em meio ao transporte público.
Já era de se esperar a desestruturação do sistema opcional mediante a licitação do sistema – vista aqui como o grande ajustador dos erros a qual afetam nosso sistema de transporte. Os opcionais infelizmente são encarados pela sociedade não como uma forma de transporte opcional, diferenciada, um direito de escolha para os usuários – como o próprio nome já diz – mas sim como ônibus apertados, sem manutenção e de desrespeito aos usuários. Os moldes às quais os alternativos operaram em Natal ao longo de sua história foram a grande ponte para a situação atual. Desde as vans, quando se iniciou o sistema; até a divergência na bilhetagem eletrônica, devido à inimizade com os empresários do setor.
Junto a isso, estão brigas por trajetos semelhantes aos dos ônibus, em grandes corredores da cidade; ‘tocaias’ para que sejam asseguradas viagens nos mesmos horários dos ônibus, saindo à frente na tentativa e convite insistente do(a) cobrador(a) para o embarque de usuários ao longo das paradas no trajeto; E ainda mudança no trajeto sem aviso prévio aos usuários na tentativa de conseguir embarcar mais usuários. Poder público, infelizmente, não é sinônimo de ação. Fiscalização, tentativas de inibir os erros dos permissionários ou motoristas por parte das secretarias de transportes de Natal (ao longo dos anos) são ineficazes. A mudança anunciada pela SEMOB para a licitação é muito mais que um simples diferencial do sistema, mas o real direcionamento do transporte opcional na capital.
Os erros que se sucederam ao longo dos anos deverão ser sanados, independentemente das questões de bilhetagem eletrônica, mas principalmente pelo fator operacional do sistema. Em portais de referência sobre a especialização de ônibus no país, como o Ônibus Brasil, lista-se o ‘Sistema Complementar de Natal’. Na prática, isto nunca existiu aqui; mas deverá ser o que venha – corretamente – existir a partir de agora. O sistema molda-se primeiramente na lógica, e posteriormente a exemplos bem sucedidos no Brasil que já trabalham com o transporte nesta situação, como a cidade de São Paulo. O Sistema Complementar deverá suprir a união de bairros em uma região – é extremamente errado linhas como 600, e até a recente criada 599, serem operadas por empresas de ônibus; Os opcionais se enquadrarão em linhas deste tipo.
Fatalmente, também é errado micro-ônibus estarem ligando bairros às regiões centrais da cidade. Também considerando uma cidade de grande porte, como São Paulo, esta ligação deve ser por ônibus de grandes portes – alongados, trucados e articulados. A pretensão da população atualmente não é só mais se dirigir ao Alecrim e Ribeira, como há 15 anos. Os estudos de interesse por deslocamento serão demonstrados nas linhas e apresentados na licitação – como já dito, vista aqui como o grande ajustador dos erros a qual afetam nosso sistema de transporte. A conferir mudanças e brigas.