Cidades brasileiras já usam GPS e conexões 3G para monitorar o sistema de transporte público

Quem depende do transporte público para se locomover pela cidade sabe que nem sempre a tabela de horários é cumprida pelos motoristas de ônibus. Às vezes, os veículos já começam o itinerário atrasados e, na maioria dos casos, o trânsito é o grande vilão da história. Inspiradas pelo problema, algumas cidades brasileiras já tentam minimizar os contratempos para o pessoal que usa o sistema.
A solução encontrada pelas prefeituras é o rastreamento de cada veículo através de dispositivos GPS. Em Curitiba, São Paulo, Vitória, Belo Horizonte e algumas outras cidades, a tecnologia já foi ou está sendo testada e pretende informar aos passageiros quanto tempo ele vai precisar esperar até o embarque. Mas, e como essa coisa toda funciona?
São Paulo: Cada cidade possui um sistema único. Em São Paulo, onde o transporte por ônibus presta serviço a 6 milhões de pessoas diariamente, as linhas são rastreadas e o passageiro pode ver na internet o exato local onde o veículo se encontra.
Dessa forma, os paulistanos podem se programar antes mesmo de sair de casa e não perder tempo esperando no ponto. Quem preferir também pode rastear o seu ônibus pelo celular. Na loja de aplicativos para smartphones Android, é possível encontrar alguns títulos com a mesma função.
O sistema começou a funcionar oficialmente no final de março deste ano, e todos os 15 mil veículos que operam em São Paulo já estão sendo monitorados. No entanto, o site Olho Vivo ainda não disponibiliza para os passageiros as informações de todas as linhas da cidade. Para a estudante Gabriela Alves, a novidade é muito útil porém pouco divulgada. “Esse sistema só funciona na internet e pouca gente sabe que existe. Para deixar o acesso mais fácil, tinha que ter um aplicativo oficial para celular”, sugere.
Fazendo um contraponto ao número limitado de linhas cobertas pelo serviço, Gabriela afirma que o Olho Vivo não falhou nas vezes em que ela precisou utilizar o site. “Nas poucas vezes que eu usei, ele foi bem preciso”, revela.
Curitiba: Na maior cidade do sul do país, além do rastreamento por GPS, os veículos da frota curitibana também contam com conexão com a internet através da rede 3G. Uma central de informações processa os dados e mostra o tempo para chegada dos ônibus através de painéis de LCD ou letreiros luminosos próximos os pontos de parada.
O sistema está em teste em dois terminais de ônibus da cidade e, por enquanto, monitora uma linha de grande fluxo e três com pouca circulação. De acordo com a URBS (empresa que administra o transporte na cidade), até o início do ano que vem os 22 terminais de Curitiba vão ganhar quase 700 painéis luminosos. As estações-tubo também vão receber os equipamentos.
Nos veículos, estão sendo instalados pequenos computadores equipados com Linux e adaptadores GPS/3G da Ericson. Com isso, o motorista pode obter informações da rota e caminhos alternativos em casos de lentidão. Na fase de testes, o sistema está utilizando os serviços de internet da operadora Vivo.
Além disso, a cidade também está testando um sistema de monitoramento interno por câmeras nos veículos e nos terminais. Nos novos biarticulados da cidade, com cerca de 30 metros de comprimento, o problema da pouca visibilidade das últimas portas para o motorista vai ser sanado com esses equipamentos. O condutor vai poder enxergar quem está saindo e entrando no veículo e, provavelmente, as mochilas de mais ninguém vão ficar passeando do lado de fora do ônibus.
Belo Horizonte e Vitória: A capital mineira começou a testar o sistema de rastreamento por GPS no transporte coletivo em 2009. No entanto, somente no ano passado a cidade resolveu retomar a instalação dos equipamentos. Por lá, estão sendo instalados totens que informam o tempo para a chegada do ônibus em vários pontos da região central da cidade. O sistema é similar ao de Curitiba, mas pretende disponibilizar os equipamentos na rua, enquanto na capital paranaense os painéis estarão nos terminais ao lado de cada parada de ônibus.
Em Vitória, são 63 linhas monitoradas e a forma de consulta é via internet. Assim como em São Paulo, o passageiro deve visitar o Ponto Vitória e escolher no mapa o ponto de ônibus que deseja consultar. Porém, na capital do Espírito Santo, a comunicação dos veículos com a central de dados pode ter intervalos de até 20 minutos. Dessa forma, algum local congestionado pode deixar a previsão bastante deturpada.
Outras cidades do país também entraram na onda do GPS e estão monitorando suas frotas. No entanto, na maioria delas o sistema apenas serve de referência para que os condutores não atrasem a viagem. Nestes casos, as informações ainda não são repassadas para os passageiros. Se você utiliza o sistema de transporte público de uma dessas cidades, nos conte como anda a qualidade dos serviços de informações e se eles realmente funcionam como prometido.
Fonte: Tecmundo

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