Greve permaneceu nesta quarta-feira em Natal

Chegamos hoje a mais um dia da greve dos motoristas e cobradores de ônibus. E, pelo terceiro dia consecutivo, a capital potiguar vive um travamento da sua rotina.
Mais uma vez, a mesma cena dos últimos dois dias foi vista por vários pontos da cidade: paradas lotadas, nenhum ônibus circulando e trânsito carregado, inclusive em vias que não costumam ter grande movimento. Este foi o cenário da capital potiguar durante todo o dia.
Nossa equipe, mais uma vez, tentou fazer algum trajeto usando o ônibus, já que, como noticiado ontem, uma decisão do TRT da 21ª região prevê a circulação de 70% da frota nos horários de pico. Mas, pelo segundo dia consecutivo, a medida não foi cumprida. Durante nosso trajeto, que teve que ser feito de carro, nenhum ônibus das linhas municipais foi visto rodando pela cidade. Com isso, a revolta pela longa espera continuava pelos pontos de ônibus afora.
Encontramos a empregada doméstica Damiana Gomes, que nos concedeu relatando sua tentativa de ir para o trabalho, em Ponta Negra. “Hoje, de novo, estou esperando há uma hora. Isso é um absurdo! Total desrespeito com o usuário”, reclamou. Para ir para seu trabalho, Damiana precisou recorrer aos ônibus particulares que fazem o trajeto.
Circulação zero: Ao contrário do que aconteceu ontem, o bairro de Felipe Camarão não estava sendo atendido pelo sistema de ônibus. Enquanto no dia anterior, poucos ônibus circulavam e a população ainda teve um alívio de poder tentar se locomover, na manhã desta quarta-feira, a situação foi diferente: Nenhum ônibus circulou.
No terminal do bairro, nenhum veículo estava estacionado. Pior: o prédio, de responsabilidade da empresa Conceição, estava fechado. Com isso, à medida que os alternativos apareciam para fazer o trajeto das linhas, quem estava dependendo de ônibus se espremia nos pequeninos veículos.
Confusão judicial: Com o não cumprimento da decisão do desembargador José Rego Junior, do Tribunal Regional do Trabalho, de circularem 70% dos ônibus nos horários de pico, e 50% nos demais horários, o TRT está aplicando novas medidas para diminuir os prejuízos a população com o movimento grevista.
A última medida foi o bloqueio das contas do SINTRO para o pagamento da multa de R$ 25 mil referente à resistência em cumprir a decisão durante a terça-feira.
Além disso, o procurador do trabalho, José Diniz de Morais, pediu a suspensão, na justiça, da greve dos rodoviários e, em caso de continuidade do movimento, ele pedirá a aplicação do dobro da multa fixada anteriormente (passará para R$ 50 mil) e a prisão do presidente do SINTRO, Nastagnan Batista.
Prefeitura: Ontem, a prefeita de Natal, Micarla de Sousa, convocou a imprensa para dar o posicionamento do executivo municipal sobre o movimento grevista.
De acordo com Micarla, a reivindicação dos rodoviários é justa. Mas, segundo ela, a forma como está sendo feita está prejudicando duramente a rotina da cidade. “A greve tem sido injusta para com a população. No momento em que o movimento para 100% dos ônibus não saem, a greve se torna danosa para a cidade”, explica.
Ainda de acordo com a prefeita, não haverá reajuste na passagem este ano. “Quero deixar claro que ninguém imagine que isso possa servir como instrumento de pressão para o aumento da tarifa”, ressalta. O valor atual é de R$ 2,20.
A SEMOB, de acordo com a prefeita, está fazendo sua parte. “Só ontem [segunda], aplicamos 486 notificações às empresas pelo fato de os ônibus não saíram das garagens e nem cumprirem os horários e rotas”, explicou.
Falta de comunicação: Mais uma vez, nossa equipe tentou localizar o presidente do SINTRO, Nastagnan Batista, para dar explicações sobre a greve. Mas, até o fechamento desta matéria, ele não foi localizado.
Por Andreivny Ferreira

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