É incrível como a Via Sul melhorou significativamente seus serviços. Não à toa, o slogan da empresa é este do título da postagem: “Um serviço cada vez melhor”. De fato, foi uma das empresas que melhor se estruturou nos últimos anos, retirando qualquer vestígio de crise anterior (motivado pela falta de estrutura do setor de transporte e desorganização governamental) que tenha passado – malogrando a ideia de uma empresa ruim – e hoje consegue, claramente, está no posto entre as melhores do estado.
Para melhor tratarmos o assunto, vamos às lembranças. Em um passado recente – ano de 2005, para ser mais preciso – usuários, imprensa (sociedade, de maneira geral) questionavam bastante a empresa, principalmente pelos ônibus com muitos anos de uso. Tradicionalíssima, praticamente todos os carros foram herdados da época em que a empresa ainda atuava com o nome ‘TransFlor’ (razão social da empresa) nos veículos. Aqueles ônibus com pintura azul, marcantes, reinaram na década de 90 e perduraram até, justamente, 2005, quando a empresa deu o que eu considero como salto para o progresso da década: Fez a primeira renovação após quatro anos sem ônibus novos. Os veículos, ainda que semi-novos, melhoraram a imagem da empresa, influenciando diretamente o ato de renovar, melhoras na manutenção (ônibus mais novos = menos quebras) e aposentar veículos mais antigos (Foram embora alguns carros de motor Volvo. Lindos! Mas, velhos. Fazer o que, né?!).
Ora, foram tempos difíceis! Mas parece que quanto mais difícil, mais bonito era. Aqueles ônibus modelo Caio Vitória com a porta de única folha – que quando abria fazia um estrondoso barulho – e aquelas janelas lacradas, fazendo do ônibus um verdadeiro forno, mas que – eis o mistério – de alguma maneira fascinavam; Talvez pela pintura, uma das mais lindas e marcantes que temos até hoje. O jeito de transportar da Via Sul também era querido, e afirmo isso pelas lembranças que eu próprio tenho da época. Permitam-me adentrar ao empirismo e relatar um caso especial: sem se quer pensar em internet, era eu um pré-adolescente vindo da escola, admirando aquela fila de ônibus parados no Via Direta. De repente, chegava um carro da linha 50, e os colegas da turma que iriam embarcar naquele ônibus me convidavam para ir junto. Eu ia! Também pelos colegas, claro, mas também pelo ônibus, pela empresa. Desembarcava um pouco longe de casa, mas vinha satisfeito! Coisa que só quem se interessa pelo hobby, sabe do que eu estou falando. É uma psicologia implícita que há nosso meio.
Eu prestava atenção em tudo. Ainda que sem tanto conhecimento na área, já enveredava pela análise do transporte e tinha a Via Sul como um prato cheio. Até mesmo a frota, fosse pelos modelos – desconhecidos, até então – ou por numeração, eu já achava interessante. Houve ainda um comentário de um colega de escola, uma vez que vínhamos em um ônibus da linha 50 e eu, pra variar, pautei o ônibus como tema. Ele disse, casualmente, algo do tipo: “Próximo a minha casa passam ônibus de mais duas empresas além dessa. Mas eu só vou de Via Sul. Só gosto da ViaSul.” Pois é! Eu estou de acordo com ele até hoje! Depois veio a época da internet e a descoberta de diversos outros interessados e especialistas em transporte, até chegarmos aos dias de hoje e ouvirmos – como eu cansei de ouvir em diversas reuniões realizadas – comentários do tipo: “Eu não acreditava na ViaSul. Não achava que ela ia voltar a crescer.” e verem que a empresa vem melhorando cada dia mais. Eu sempre acreditei e hoje acredito muito mais!
Para delírio da torcida, em 2007 começaram a chegar os primeiros ônibus zero KM da década. Primeiros de muitos! Discretos, na pintura do então Consórcio Zona Sul. Daí então, ninguém segurava mais. A Via Sul estava (e está) com tudo! Atualmente, a empresa tem conseguido atender extremamente bem suas áreas de atuação. Temos, certamente, usuários que até hoje preferem a ViaSul a outras operadoras. Certamente! Ainda que a empresa tenha deixado de operar linhas – saudosas, eu diria! – como 53 e 55, ganhou mais espaço na zona norte de Natal. Fecha-se uma janela e abre-se uma porta, né?! As linhas da Via Sul estão hoje entre as mais bem estruturadas do sistema, acompanhadas por bom atendimento, investimento nos operadores e um trabalho árduo do setor de tráfego junto ao corpo diretor da empresa. Ver, nos dias de hoje, a empresa até com ônibus de grande porte, como veículos três eixos, e renovando sua frota fidedignamente nos dá é orgulho!
E não pensem que o texto é de intuito histórico; É de intuito factual. A melhora significativa da Via Sul é um fato e merece ser discutida aqui. De qualquer maneira, muitos devem ter lembrado situações que relatei, ou até coisas próximas e marcantes que vivem na nossa memória. Para tanto, faremos um especial da coluna Retrô, em breve, com a Via Sul. Desde a época da saudosa “TransFlor”; Aqueles ônibus de cor azul, marcantes, como falei no início do texto. Aí sim… Haja coração! Por enquanto, vamos de Via Sul com ‘um serviço cada vez melhor!’.
Ônibus três eixos adquiridos pela ViaSul em 2010
Primeiros ônibus adquiridos pela ViaSul em 2005, sem renovar desde 1999.
Primeiros ônibus 0 KM adquiridos pela ViaSul na década 2000. Tinham pintura do ‘Consórcio Zona Sul’.
Caio Vitória, modelo que marcou a ViaSul por anos, já estão sendo reformados e revendidos
Thiago Martins
(Colaboração: João Maria Gomes)