Existem no país atualmente 11 malhas ferroviárias administradas pela iniciativa privada, o que corresponde a mais de 28 mil quilômetros de ferrovia. Segundo o palestrante, engenheiro Luiz Miguel de Miranda, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), hoje o transporte de trem é usado em sua maioria para transporte carga, restando apenas para passageiros pequenas distâncias ou viagens turísticas.
“Após a Constituição de 1988, foi eliminado das concessões públicas a necessidade da empresa vencedora do certame de transportes de cargas também realizar o transporte de passageiros. Também existe o fator que após essa data as estradas tornaram as viagens mais rápidas do que os mesmos trajetos feitos por trem. Em contrapartida temos os pontos positivos das linhas férreas, pois, o trem atravessa as cidades o que o ônibus não fazem e além de menos poluição e barata a sua manutenção, uma linha de trem não provoca a destruição que a abertura de uma estrada”, explicou o professor.
Luiz Miguel de Miranda apresentou todos os traçados de linhas férreas do país, inclusive a Ferronorte em Mato Grosso. Os problemas enfrentados pelo setor como a flata de investimentos, as invasões de faixa de domínio em áreas urbanas e nos acessos aos portos, a quantidade excessiva de passagens de nível responsáveis pela redução da velocidade operacional, falta de contornos em áreas urbanas e o aumento do risco potencial de acidentes.
“Existem 434 invasões na faixa de domínio das malhas concedidas. Ou seja, principalmente nos grandes centros pessoas construíram pequenas moradias à beira das linhas férreas. Ao todo são 12,4 mil registros dessas passagens de nível críticas ao longo das ferrovias, em média, uma a cada 2,3 quilômetros. Dessas 134 intervenções são críticas e precisam ser logo efetuadas, um custo estimado às concessionárias de R$ 385 Milhões”, relatou.
Para o futuro, o professor pontua que o desenvolvimento das ferrovias depende de um conjunto de fatores que integram uma Agenda Estratégica para o Setor de Transporte Ferroviário de Cargas, onde estão elencadas: a eliminação de gargalos; a expansão da malha; a intermodalidade com outros modais de transporte; baixar tributação; investir em segurança, tecnologia e mão-de-obra especializada.
Fonte: 24h News (MT)