Garagem.com: Veio um camelô vender anel, cordão, perfume barato…

“Bom dia, pessoal! Desculpe incomodar a viagem de vocês! Estou vendendo estas deliciosas…”; Certamente você já ouviu esta frase, seguida da mostra do produto e explicações sobre a complexa situação família, motivo por estarem ali vendendo tal produto. Certamente isso se passou dentro de um ônibus, não é mesmo?! Pois bem! O transporte público feito por ônibus tornou-se muito mais que o principal meio de locomoção das massas; É hoje uma indústria, até mesmo com setores de marketing cada vez mais estruturados nas próprias empresas.
E como toda indústria que se preze, há seus ‘dependentes’, entre eles ambulantes que fazem dos ônibus seus pontos de venda. Alguns vendedores, meio sem graça, fazem um sinal de legal para o motorista, pedindo autorização para fazer o embarque pela porta traseira e não ter que ‘pagar para trabalhar’, o que geralmente é negado pelos operadores. Nos mais insólitos dos casos, há um escambo: O vendedor oferece, gentilmente, um de seus produtos (geralmente doces e ‘baganas’), como forma de agradecimento pela gratuidade concedida. Inicia-se o processo de vendas; Produto e competência para vender fazem toda a diferença para a boa apuração. O que já não faz mais diferença são as reações dos passageiros: dos mais ariscos, que nem se quer atentam para o vendedor e o produto; aos mais piedosos, aqueles que claramente “compram apenas para ajudar”.
A indiferença chega também ao incomodo da viagem, fato consumado e que os próprios vendedores se desculpam por fazerem. Além disso, eles passam por cima de uma regra empresarial (certamente presente em todas as empresas do Brasil) e uma lógica: é proibido vender qualquer produto dentro do ônibus. A culpa, porém, não pode ser atribuída aos motoristas, por exemplo. Ainda que a situação social do Brasil tenha melhorado significativamente nos últimos anos, faltam políticas públicas que possam suprir as necessidades trabalhistas de classes sociais mais desfavorecidas, e, com todo respeito, falta também moral governamental no país, mas isso não vem diretamente ao caso. A crítica aqui feita se dá pelo receio da degradação do transporte. Um setor próspero como é, têm de ser bem estruturado tanto empresarialmente (o que está sendo feito. Em Natal, por exemplo, há o fato de todas as empresas serem bem organizadas), quanto socialmente.
Perdoem o altruísmo de minha parte e também peço desculpas caso eu esteja passando a ideia de uma espera de ações rigorosas. Não é isso! Somos brasileiros, povo oportunista e de cultura festiva. Em qualquer situação estão presentes camelôs e churrascos de gato. Apenas sou severo em não querer andar numa feira ambulante; Sons ligados, vendedores negociando suas muambas… Se for desse jeito, o futuro que muitos esperam, devemos é temer!
Por Thiago Martins

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