O consumismo exagerado de notícias não parece ter vez para a qualidade. Os blogs, nesta era da informação rápida, banalizaram ainda mais o ‘produto’ que é a notícia. Intensas discussões – ainda que no decorrer da sociedade – questionam o poder que qualquer um tem de noticiar. O problema está na falta de estrutura para este poder. O jornalista, por exemplo, além das teorias da comunicação, estuda sociologia, filosofia, psicologia, história, antropologia, semiótica e gestão de empresas de comunicação. Há uma estrutura para o que se pretende atuar.
Na busologia a banalização não é diferente. Ainda que um hobby, este acompanha os fenômenos sociais e a quantidade de links de blogs na internet é imensa. Mesmo que a autonomia de um país democrático nos respalde a liberdade de expressão, a falta de organização pode até prejudicar visitantes de tais links. No Rio Grande do Norte, por exemplo, um site pertencente a um pequeno grupo de adeptos do hobby, em uma espécie de serviço de utilidade pública, mostra linhas inexistentes do sistema urbano de Natal, o que é extremamente prejudicial pela demonstração da não dominância do sistema do próprio estado e pelo serviço prestado erroneamente de maneira proposital (a linha 32, mostrada no link, foi extinta a mais de cinco anos).
O nível de desorganização aumenta ainda mais quando vemos até a intitulação de modelos sem seguir a nomenclatura original. ‘Alfa’ ao invés de ‘Alpha’, modelo de ônibus da Caio, confunde para os leigos e novatos se há dois modelos, apenas com nomes parecidos, separados pelo ‘ph’ americano. (Esclarecendo: Só há um modelo, chama-se Alpha, lançado pela Caio em 1996). O caso ‘Urbanus’ é ainda mais complicado. O ‘S’ a mais no final faz a diferença de duas gerações do modelo (Urbanus 1989/1998 – Urbanuss 1999/2010), mas é deixado de lado por quem visa aumentar significativamente seu número de postagens, não se importando com a qualidade do conteúdo.
Título de uma notícia postado por um blog, publicado com erro nominal do veículo
O lamento da situação é imenso. Deixamos de lado a euforia de sites no contexto apresentado, para imaginar onde podem chegar as consequências dos atos, principalmente se vistos no contexto de todo o grupo de busólogos ao redor (por conta de um, todos pagam), com o trofeu de desorganização e falta de domínio no assunto do próprio hobby: ônibus.
Thiago Martins